THE DOWN
”Na natureza, nada é perfeito e tudo é perfeito.” —Alice Walker
Em suas formas incompreensíveis, a natureza sabe como se sustentar. Quando a última árvore for derrubada, a vida brotará das rachaduras e cobrirá o que sobrou. A noite estrelada vai conspirar com gotas de orvalho cristalinas e preparar uma variedade de cogumelos em tons brilhantes. Anéis de magia surgirão. Armadilhas de velhas almas, semelhantes a um bilhão de anos atrás, repletas de camadas e ornamentadas com flores silvestres – serão as tendências de um novo amanhecer.
A morte se traduzirá em vida. Como um belo começo velado em um final doloroso, erva daninha, líquenes e “o cogumelo” – deve transformar velho em novo. Talvez os círculos de crescimento de uma árvore voltem a se formar na casca de um cogumelo apenas para dizer que a alma continua viva. O resultado utópico devido aos atos humanos, onde a vida vai reabastecer o planeta depois que nos formos.
REPRESENTAÇÃO DE UM TURBILHÃO DE VIDAS
‘The Dawn’ contempla o estado de dano ambiental e imagina o mundo que viverá além da interferência da espécie humana. Surge de uma percepção intensificada durante o bloqueio que os humanos podem não ter que salvar o planeta, mas a si mesmos. O planeta talvez sobreviva independentemente e a espécie humana pode sucumbir à sua fraqueza.
Filmado em um lixão de mármore imaculado situado no estado de Rajasthan, na Índia, a coleção representa um turbilhão de vida. Uma recuperação da cor para um mundo drenado de seus recursos naturais, abundância e animação por anos de poeira de mármore acumulada.
As modelos, como a própria natureza, usam cogumelos exóticos separadamente pregados à mão sobre a cintilante textura de casca de árvore bordada à mão em tule e organza de seda que é ainda embelezada com flores silvestres. Como diz o botânico Nicholas P. Money, “os cogumelos são obras-primas da engenharia natural, as invenções mais maravilhosas da história da evolução”. Cada uma das formas de cogumelo é individualmente projetada por meio de um processo de criação de padrões exclusivo auxiliado por novas técnicas de bordado à mão, em ordem para conseguir uma queda e um movimento realistas.
As silhuetas que mudam de forma construídas com o posicionamento meticuloso dessas formas visam reproduzir a vida em convergência com a imaginação humana. Um encontro de mãos para colocar a arte por excelência do bordado à mão ao lado da intervenção do design e da aplicação contemporânea de nossos valores fundamentais de costura lenta, ética e sustentável. Vestimentas que desejam propor ao seu espectador uma simples pergunta – desejamos continuar testemunhando as maravilhas da natureza que nos apresentam neste planeta? Porque podemos ser obrigados a cavar dentro de nós mesmos em busca de sabedoria e perceber a mudança.
RAHUL MISHRA – SOBRE
Rahul Mishra, o primeiro designer indiano a se apresentar na Paris Haute Couture Week e o primeiro indiano a ganhar o Prêmio Internacional Woolmark (em 2014), é o campeão da slow fashion com os têxteis indianos tradicionais. Sua marca homônima com duas lojas próprias na Índia e um próspero canal de distribuição nacional e internacional encontra sua gênese nas ideias de sustentabilidade que apresentam a moda como uma ferramenta para criar participação e capacitar a comunidade artesanal local da Índia.
O propósito da marca define o processo. O processo dolorosamente lento de tecelagem e bordado à mão permite construir meios de subsistência sustentáveis para mais de 1000 artesãos. A crítica de moda internacional Suzy Menkes, uma ávida seguidora do trabalho da marca, considera Rahul um “tesouro nacional” enquanto a falecida Franca Sozzani o elogia por “destacar com sucesso os melhores e mais peculiares traços de sua terra natal”. Rahul também foi destaque na lista de influentes globais ‘BoF 500’ desde 2014 e em 2019, foi agraciado com o prêmio ‘Talento Raro do Ano’ no Centre du Luxe Summit, em Paris.
A casa de design que trabalha com a filosofia dos 3 E’s – Meio Ambiente, Emprego e Capacitação, visa olhar para o luxo do ponto de vista da participação e não apenas do consumo.
www.rahulmishra.in
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Beijos, Erika
