Karim Adduch faz sua estréia no Paris Fashion Week. Considerado pela Forbes uma das pessoas mais influentes abaixo de 30 anos o designer presenteia Paris com sua impressionante coleção MAKTUB.
Tive a oportunidade de entrevistas Karim Adduch que me disse que sua mãe deu à luz debaixo da mesa de costura. Disse que chegou tão depressa que ela não teve tempo nem de se levantar. Ela pegou a tesoura com a qual estava trabalhando para costurar e cortou o cordão umbilical. Ele diz: “… não sei se devo dizer isso às pessoas, mas essa coleção é um tributo a minha infância…Eu cresci entre as mulheres em Imzouren, norte do Marrocos. Conheci meu pai no aeroporto de Barcelona, com quatro anos de idade. Eu nunca o tinha visto antes, ele foi para a Espanha para procurar trabalho quando eu tinha sete meses de idade. Meu pai também era um designer de moda. Eu cresci ao som de máquinas de costura e brinquei com rolos de tecido. Eu sei que cada cor é uma emoção, tecidos revivem memórias precisas, texturas nos conectam a nostalgia, bordados de memória e um fio de algodão é sempre o fio de uma história. A costura é sempre uma questão de memórias.” Karim me conta: “Quando eu trabalho eu tento entender qual é o meu relacionamento com materiais, corte, volumes – e para isso eu trabalho com a minha infância. É para ela que eu devolvo um sentido, meu e daqueles que me cercam, deles e daqueles que nos precederam. Eu não falava muito enquanto criança, mas eu desenhava o tempo todo e foi assim que eu fui colocado em uma escola de arte e hoje venho de lá e vejo costura assim: é uma leitura do mundo, como é, ao mesmo tempo, uma proposição, como eu desejo. É o mundo inteiro que eu quero colocar em uma coleção, e é para o mundo inteiro que eu me dirijo.”
E o que caracteriza Karim Adduchi e suas criações é a elegância e sua leveza. Ele olha para os corpos, todos os corpos e inventa para eles uma maneira de habitar o mundo. Ele olha para as mulheres, todas as mulheres, e ele vê que não se trata de se esconder ou mostrar, mas sempre encontrando a força para ser seu próprio centro de percepção.
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Beijos, Erika
