In Desfiles e Backstages, Fashion

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Tom Ford, Inverno 2016

Para o primeiro(e emocionante!) post do blog nada mais justo do que começar com um geral das ultimas semanas de moda internacionais. 

E seria impossível falar delas, sem mencionar o movimento:“see now, buy now” – que se fez presente até nesse SPFW. Desde que o modelo atual das temporadas de moda começou a ser questionado, apresentar as coleções seis meses antes de sua chegada às lojas, dando tempo para os compradores das lojas de departamento fazerem seus pedidos e das revistas fotografarem editoriais, se tornou um problema. A partir do momento em que o grande público teve acesso aos desfiles instantaneamente através das redes sociais e de transmissões ao vivo(alo snapchat!) o tempo entre as apresentações e a chegada das coleções às lojas se tornou uma eternidade – principalmente quando se tratam de marcas mais comerciais, com peças mais fáceis de serem copiadas pelas fast fashions.

A questão é que desde quando foi pensado, nenhuma marca tinha investido completamente no “see now, buy now”. Até essa temporada. Já no primeiro dia da edição de verão 2017 da New York Fashion Week, Tom Ford reuniu a imprensa e (muitas) celebridades para apresentar seu inverno 2016, ainda que essa temporada seja originalmente de verão 2017. Pode parecer contraditório desfilar peças da estação passada, mas esse foi o primeiro passo da marca para inverter a ordem vigente. Logo após serem desfiladas, a coleção inteira estava em seu site. Todas as peças podiam ser adquiridas imediatamente. No dia seguinte, as lojas de departamento também receberam o inverno de Tom Ford, além dos novos produtos de beleza. O desejo imediato causado pelo glamour antigo tão bem explorado por Ford pôde ser consumido minutos depois de ser apresentado. 

Tommy Hilfiger, inverno 2016

O mesmo aconteceu com a Tommy Hilfiger, que apresentou sua parceria com a modelo Gigi Hadid em um enorme parque de diversões montado em um pier. As peças que misturavam influências náuticas e militares aos códigos preppy da marca puderam ser compradas no dia seguinte em lojas selecionadas em todo o mundo (inclusive no Brasil, na flagship da Oscar Freire), levando o conceito a um novo patamar.

Essa deve ser a temporada com mais adesão ao “see now, buy now”. É normal que as coleções apresentadas sob esse novo modelo sejam mais facilmente assimiláveis pelo público (ou comerciais, como quiser), já que não sofrem alterações ao ir para as lojas. Para a imprensa e buyers, as roupas devem continuar a ser apresentadas meses antes, sob embargo (ou seja: serão mantidas em sigilo). Nessa ultima semana de moda de Paris, a Monica Salgado da revista Glamour deu um gostinho de como isso vai funcionar no Snapchat dela. Ela participou do desfile para imprensa e buyers da Gucci que só será desfilada na semana de moda da próxima estação, logo na entrada vários avisos com “proibido fotos e filmagem”, com um forte esquema de segurança, e sigilo total, o desfile foi apresentado com sucesso. 

Perde-se o fator inspiracional dos desfiles, que se tornarão uma forte ferramenta de marketing para alavancar as vendas. Para as marcas menores e sem grandes conglomerados por trás, ficará ainda mais difícil prosperar no mercado e nas semanas de moda. Ainda não dá pra saber onde isso vai parar, e nem se algum peça ou outra será copiada, se algum desfile sigiloso irá vazar, mas a mudança é iminente. Em um mercado fashion atual, onde o que é moda lá fora, chega rapidamente aqui no Brasil também, o imediatismo de desejo X consumo fala mais alto. O sentimento que fica é que agora não tem mais volta.

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