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Marc Jacobs, verão 2017

Marc Jacobs, verão 2017

É muito difícil para uma marca continuar usando as mesmas influências, em um mesmo campo de estilo, e apresentar coisas novas e empolgantes a cada estação. Não para Marc Jacobs. Ticket de ouro da temporada, o desfile que sempre encerra a Semana de Moda de Nova York trouxe um novo olhar sobre o mundo clubber. Se no inverno ele era dark, oversized e esquisito, para o verão 2017 essas peças vêm em tons pastel, esmaecidos, e algumas cores mais vivas, como roxo e laranja. Mas as penas nos ombros, os casacos com mangas alongadas e os brocados e bordados característicos de sua coleção passada estavam lá. Mas apareceram diferentes: mais doces, menos agressivos.

Marc Jacobs, verão 2017

Marc Jacobs, verão 2017

No Hammerstein Ballroom, construiu um palco com milhares de luzes suspensas, cenário que daria vida à sua rave. Fato é que Marc Jacobs muito frequentemente se desprende de tendências, peças chave e modismos da temporada para criar seu próprio mundo, com suas próprias regras, sem ligar muito para interferências exteriores. Neste mundo, uma versão em tons açucarados de seu inverno ultradark, as plataformas são ainda mais altas, os dreads coloridos e os comprimentos super-hiper-mini. Neste verão, Jacobs chamou a artista Julie Verhoeven – que já havia desenhado para o estilista no verão 2002 da Louis Vuitton –, para colaborar com ilustrações que decoraram casacos bordados e as botas com inspiração nos anos 70. Os dreads coloridos inspirados pela trans e amiga Lana Wachowski foram criados por Guido Palau em parceria com uma artista que conheceu no site de artesanatos Etsy.

Engraçado perceber que os assuntos mais comentados da temporada estavam lá, mas disfarçados. O tal do “see now, buy now” aparece nas peças mais comerciais, como os casacos camuflados, suéteres listrados e bolsas transpassadas, vindas da extinção da Marc By Marc Jacobs e da sua junção à marca principal. Ainda que não sejam vendidas logo após serem desfiladas, essas peças têm apelo mais comercial e devem ser hits de vendas (afinal, são feitas para isso). As eleições americanas poderiam ser citadas como motivo do escapismo que levou Marc a apresentar esse verão. Se tudo pode mudar pra pior, porque não aproveitar uma ótima última festa? Esse escapismo levou o estilista a recorrer a tecidos metalizados, meias ⅞ bordadas e até às plataformas que nos elevam à novas alturas, dando um ar futurista, espacial e quase irreal às suas criações.

Em uma mistura não clara de referências diversas dos anos 70, 80 e 90, Marc Jacobs constrói uma narrativa própria e com muito de seu DNA para o verão 2017. Ainda que fale dos assuntos mais atuais, o estilista faz do seu jeitinho. Nessa estação, quis transcender para um universo paralelo, mesmo que com muitos dos códigos que lhe são caros. Conseguiu – e nos transportou junto para essa festa.

Marc Jacobs, verão 2017

Marc Jacobs, verão 2017

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